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domingo, 19 de janeiro de 2025

Equilíbrio entre Razão e Impulso

janeiro 19, 2025 12 Comments

Imagem: https://br.freepik.com/


Outro dia, navegando pela internet, me deparei com uma frase intrigante de Michel de Montaigne: "Nós temos a razão para equilibrar nossos impulsos." Essa reflexão me acompanhou ao longo dos dias, inspirando um olhar mais atento sobre as decisões que tomamos no cotidiano.


Em meio à agitação diária, somos constantemente desafiadas por uma miríade de estímulos que testam nossos limites. Imagine-se caminhando por uma rua movimentada, cercada de sons, cores e pessoas apressadas. Em cada esquina, surge uma nova tentação, uma nova decisão a ser tomada. É nesses momentos que a razão se torna nossa fiel companheira, guiando-nos em direção ao equilíbrio.


A razão, ao contrário de uma voz autoritária, é como um sussurro suave que nos convida a refletir antes de agir. Ela nos permite pausar, respirar fundo e ponderar as consequências de nossas ações. Enquanto nossos impulsos são intensos e imediatos, a razão nos oferece uma visão de longo prazo, ajudando-nos a enxergar além do momento presente.


Quantas vezes você esteve prestes a tomar uma decisão impulsiva, como responder a um comentário negativo com raiva ou gastar dinheiro em algo desnecessário? Nestes momentos, a razão atua como um farol, iluminando o caminho e nos lembrando de nossas verdadeiras prioridades. Ao ouvir esse chamado, transformamos impulsos em ações mais sábias e conscientes.


A vida é uma dança constante entre razão e impulso, e encontrar o equilíbrio é uma arte que aprimoramos ao longo do tempo. Cada desafio enfrentado, cada decisão tomada, nos aproxima mais da harmonia interna. E, se conseguirmos alcançar esse equilíbrio, penso que descobriremos a verdadeira essência de viver plenamente.


© 2025 Cláudia Forte.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Quem somos quando ninguém nos vê?

janeiro 09, 2025 16 Comments

 



A noite já caíra, e o mundo parecia ter diminuído para o espaço entre as paredes do meu quarto. É nessas horas de silêncio absoluto, quando a máscara que vesti durante o dia é cuidadosamente retirada e deixada sobre a cabeceira da cama, que me pergunto: quem sou eu quando ninguém me vê?


Sozinha, com os pensamentos desvelados, sou aquela que dança descalça pela casa, sem medo de tropeçar no compasso errado. Sou a mulher que ri sozinha ao lembrar das aventuras vividas, sem a preocupação de ser julgada pela espontaneidade. Sou a escritora que rabisca sonhos e memórias em um caderno velho, sem a pressão de perfeição que o olhar alheio impõe.


Quando ninguém me vê, permito-me a liberdade de ser imperfeita. Revejo as palavras ditas e repassadas em silêncio, as conversas imaginárias que nunca se concretizaram. A menina que sonhava em mudar o mundo encontra-se com a mulher que aprendeu que o mundo é, muitas vezes, inflexível às nossas utopias. E, ainda assim, ambas coexistem e se fortalecem na solitude do não ser observada.


É nesse espaço de autenticidade crua que reside a minha verdadeira essência. Sem filtros, sem pretensões. Apenas eu, despida das camadas de expectativa e julgamento. Aqui, encontro conforto e força para enfrentar o mundo novamente ao amanhecer.


Quem somos quando ninguém nos vê? Somos aquilo que não ousamos ser na presença do outro. Somos sonhos e segredos, medos e coragens. Somos fragmentos de uma história que, na solidão da noite, ganham coerência e voz.


E, assim, percebo que ser invisível é, na verdade, ser visível a si mesma. E talvez, só talvez, este seja o verdadeiro ato de amor próprio: conhecer-se plenamente quando ninguém mais está olhando. Pois é no silêncio e na calma de estar consigo mesma que encontramos a liberdade de sermos inteiras, de sermos verdadeiras. E com essa força e coragem, enfrentamos o dia, não escondidas atrás de aparências, mas permitindo-nos ser um pouco mais autênticas a cada passo, aceitando nossas imperfeições e celebrando quem realmente somos.


© 2025 Cláudia Forte.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

Caminhos Cintilantes

janeiro 08, 2025 15 Comments


Céu claro, coração carente, 

Caminhos cruzam, cais corrente, 

Cores cintilam, calor crescente, 

Ciclos fechados, certezas clementes.





Motivo pro trás desses versos:

Essa trova foi criada para participar do 3º desafio "Poetizando com a letra C" no blog "Sonhos e Poesia" da amiga Gracita Fraga, onde todas as palavras dos versos começam com a letra C e não é permitido usar conectivos ou conjunções.

Os versos exploram a complexidade dos sentimentos humanos em contraste com a simplicidade da natureza. Através de uma estrutura ritmada e aliterações suaves, a poesia reflete sobre encontros e desencontros, uma jornada em constante movimento e intensidade emocional. O céu claro sugere clareza e serenidade, enquanto o coração carente busca profundidade. Os caminhos que se cruzam e o cais corrente representam uma viagem em fluxo, com cores cintilantes e calor crescente simbolizando vivacidade e paixão. Ciclos fechados e certezas clementes indicam aceitação e um novo entendimento.

Espero que os leitores se deixem levar por essa viagem poética e que os versos ressoem em seus corações, trazendo um brilho cintilante às suas reflexões.


©Cláudia Forte.



sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

Reflexões sobre a Sabedoria Tardia

janeiro 03, 2025 18 Comments



"Pobre Rei Lear, que ficou velho antes de ficar sábio." - William Shakespeare


Ao ler essa frase, uma sensação de melancolia misturada com profunda reflexão me atingiu. Quantas vezes nos pegamos vivendo de forma impulsiva, acumulando anos sem realmente adquirir a sabedoria necessária para lidar com nossos desafios? A trajetória do Rei Lear nos serve como um espelho, refletindo as consequências de nossas decisões e a importância da verdadeira sabedoria.


Rei Lear, um dos personagens mais emblemáticos de Shakespeare, nos mostra que a sabedoria não é uma mera consequência da idade, mas sim uma qualidade que deve ser cultivada ao longo da vida. Sua jornada trágica nos alerta sobre os perigos de ignorar essa verdade. Ele confiou cegamente nas palavras lisonjeiras de suas filhas mais velhas, rejeitando a sinceridade da filha mais nova, Cordélia. Foi apenas quando se viu despojado de seu poder e sanidade que Lear percebeu a profundidade de seus erros.


Essa reflexão me leva a pensar sobre o nosso próprio caminho. Vivemos em um mundo onde o valor muitas vezes é atribuído ao sucesso material e ao reconhecimento externo, enquanto a sabedoria interior é negligenciada. No entanto, é justamente essa sabedoria que nos guia em tempos de adversidade e nos ajuda a encontrar sentido nas experiências da vida.


Imagine-se, assim como o Rei Lear, em um ponto da vida em que as escolhas passadas começam a revelar suas consequências. É nesse momento que percebemos a importância de ter ouvido a razão em vez dos impulsos, e de ter buscado conhecimento em vez de complacência. Aprender com nossos próprios erros e os dos outros é um passo essencial para evitar repetir as mesmas falhas.


Ao olharmos para a jornada de Lear, somos lembradas de que nunca é tarde demais para buscar a sabedoria. Cada dia nos oferece uma nova oportunidade para refletir, aprender e crescer. Que possamos, ao contrário de Lear, alcançar a sabedoria antes que a velhice nos alcance, vivendo de forma plena e consciente, valorizando as lições que a vida nos oferece.


©Cláudia Forte. ✎⚜

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