A noite já caíra, e o mundo parecia ter diminuído para o espaço entre as paredes do meu quarto. É nessas horas de silêncio absoluto, quando a máscara que vesti durante o dia é cuidadosamente retirada e deixada sobre a cabeceira da cama, que me pergunto: quem sou eu quando ninguém me vê?
Sozinha, com os pensamentos desvelados, sou aquela que dança descalça pela casa, sem medo de tropeçar no compasso errado. Sou a mulher que ri sozinha ao lembrar das aventuras vividas, sem a preocupação de ser julgada pela espontaneidade. Sou a escritora que rabisca sonhos e memórias em um caderno velho, sem a pressão de perfeição que o olhar alheio impõe.
Quando ninguém me vê, permito-me a liberdade de ser imperfeita. Revejo as palavras ditas e repassadas em silêncio, as conversas imaginárias que nunca se concretizaram. A menina que sonhava em mudar o mundo encontra-se com a mulher que aprendeu que o mundo é, muitas vezes, inflexível às nossas utopias. E, ainda assim, ambas coexistem e se fortalecem na solitude do não ser observada.
É nesse espaço de autenticidade crua que reside a minha verdadeira essência. Sem filtros, sem pretensões. Apenas eu, despida das camadas de expectativa e julgamento. Aqui, encontro conforto e força para enfrentar o mundo novamente ao amanhecer.
Quem somos quando ninguém nos vê? Somos aquilo que não ousamos ser na presença do outro. Somos sonhos e segredos, medos e coragens. Somos fragmentos de uma história que, na solidão da noite, ganham coerência e voz.
E, assim, percebo que ser invisível é, na verdade, ser visível a si mesma. E talvez, só talvez, este seja o verdadeiro ato de amor próprio: conhecer-se plenamente quando ninguém mais está olhando. Pois é no silêncio e na calma de estar consigo mesma que encontramos a liberdade de sermos inteiras, de sermos verdadeiras. E com essa força e coragem, enfrentamos o dia, não escondidas atrás de aparências, mas permitindo-nos ser um pouco mais autênticas a cada passo, aceitando nossas imperfeições e celebrando quem realmente somos.
© 2025 Cláudia Forte.
Acho que bem no fundo todos somos assim, quando estamos sozinhos lidamos com os nossos erros e defeitos de forma quase natural!
ResponderExcluirBjxxx
Teresa Isabel Silva
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Olá, garota! 🤩 Concordo plenamente com você. A introspecção nos ajuda a enfrentar e crescer com nossos desafios internos. Adorei seu comentário!
ExcluirBeijo grande! 😘
Boa noite de Paz, querida amiga Cláudia!
ResponderExcluirIdentifiquei-me muito com o parágrafo abaixo:
"Sou a escritora que rabisca sonhos e memórias em um caderno velho, sem a pressão de perfeição que o olhar alheio impõe."
Sem tirar nem pôr...
Estou na minha casa , quietinha, lendo e escrevendo. Sou assim.
Já caminhei, cozinhei para mim, fui à praia contemplar o lar e cá vestou a ler você.
Tenha dias abençoados!
Beijinhos fraternos
Boa noite, garota! 😘
ExcluirQue alegria saber que se identificou com as minhas palavras! É uma bênção poder compartilhar esses momentos de tranquilidade e reflexão. Que seus dias também sejam repletos de paz e inspiração. 🤗
Beijinhos com perfume de poesia! 💐
Cláudia
Que introspeção linda e profunda garota 🙂
ResponderExcluirBom dia, garoto! 🤩 Que bom que gostou, meu amigo querido! Fico muito feliz em saber que você achou minha introspecção tocante. Sua opinião significa muito para mim. 🤗
ExcluirBeijos perfumados de poesia! 💐
Passando para desejar uma boa sexta-feira!
ResponderExcluirBjxxx
Teresa Isabel Silva
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Bom dia, garota! 🤩
ExcluirMuito obrigada pelo carinho. Espero que sua sexta-feira seja maravilhosa também!
Beijinhos perfumados de poesia! 💐